sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mise-en-scène em Saturday Night and Sunday morning (1960), de Karel Reisz.







Saturday Night and Sunday morning (1960), de Karel Reisz. 

Embora as cadeiras do cenário e o figurino do protagonista, cujas listras se assemelham as grades de uma prisão, transmitam a sensação de aprisionamento, sem dúvida alguma, a forte presença presença da mise-en-scène é o que mais evidencia a falta de comunicação naquele ambiente familiar. E comunicação é o principal valor que é virado para o negativo nesta cena.

Arthur Seaton não consegue se comunicar com seus pais devido à modernidade da cidade grande. O diretor poderia muito bem ter colocado as figuras paternas viradas para o protagonista, porém, ao colocar estes personagens de costas, nenhuma empatia ou sentimento de liberdade é observado nesta cena.

De forma recorrente, no filme, todas as figuras paternas dos personagens principais agem da mesma forma: virando as costas para seus filhos.

Análise da mise-en-scéne de um frame de The Killing.











Sarah Linden, personagem da série The Killing, sendo ridicularizada por homens no Departamento de Polícia de Seattle. Sua postura encurvada e o cruzamento de suas pernas indicam mais ainda sua feminilidade naquele ambiente. 


Ela é a figura mais inferiorizada do quadro, a altura dos seus olhos é a menor em cena e a maioria dos personagens estão em pé. A própria estatura da atriz ajuda a transmitir tal sentimento de pequenez.

A iluminação escurece as faces de alguns personagens atrás de Linden, não só para guiar a atenção do espectador para a reação de apenas alguns personagens principais (principalmente a atriz), mas com o intuito de fortalecer ainda mais a impressão de que aqueles policias são seres humanos vis. 

O escuro sempre simbolizou, pelo menos na cultura ocidental, a morte e a uma ideia de mal.